Com maior acesso ao crédito, as famílias brasileiras começam
a concretizar muitos dos seus sonhos de consumo. No entanto, a falta de planejamento
tem colocado muitos trabalhadores na lista de devedores. De acordo com pesquisa
da Serasa Experian, há cerca de 63 milhões de pessoas inadimplentes no País. “O
crédito não é algo negativo, mas é preciso usar a seu favor, por isso é tão
importante o planejamento financeiro”, diz o consultor Luis Abdal.
Nesse sentido, o especialista considera que a educação financeira é fundamental e deve começar já nas escolas para garantir o uso consciente do crédito e ensinar aos jovens a importância de pensar em poupar parte da renda tanto para passar por eventuais momentos de crise quanto para realizar sonhos. “É fundamental que tenhamos um colchão que nos prepare para possíveis quedas. Hoje temos mais de 60 milhões de pessoas com o nome sujo e isso ocorre porque faltou planejamento, organização e consumo consciente”, diz Claudia Forte, superintendente da Associação de Educação Financeira (AEF).
A boa notícia é que aos poucos escolas começam a levar a educação financeira para dentro da sala de aula. “Pela primeira vez, a temática educação financeira entrou na Base Curricular Nacional em 2018 e esse é um ganho para toda a comunidade”, comemora Claudia ao afirmar que a novidade está em vigor em várias escolas.
A representante da AEF comenta ainda que há muitos casos de crianças que depois das aulas mostram para os pais a importância não só de ter dinheiro, mas também de investir e planejar. “Nosso principal objetivo é mudar o comportamento e garantir mais qualidade de vida para todos”, destaca Claudia ao citar o caso de uma criança que passou a se preocupar com gastos desnecessários, como no consumo da energia elétrica e da água, e implementou o potinho do sonho, onde todas as moedinhas são colocadas para realizar um objetivo da família, como uma viagem, por exemplo. “Primeiro a família começa a planejar a renda. Com essa organização financeira, o passo seguinte é começar a pensar nos projetos de curto, médio e longo prazos, com investimentos financeiros que garantam esses objetivos”, destaca Abdal.
As iniciativas de educação financeira estão se multiplicando no País, principalmente após o tema se tornar obrigatório nas salas de aula por definição da Base Nacional Comum Curricular. “Nossa meta é levar educação financeira, consumo consciente e a importância de realizar investimentos, pensando nos sonhos e também no futuro, para todos os municípios brasileiros”, finaliza Claudia, da AEF.
“É fundamental que tenhamos um colchão que nos prepare para possíveis quedas. Hoje temos mais de 60 milhões de pessoas com o nome sujo” Claudia Forte, superintendente da Associação